Porque eu tive de encontrá-la? Porque meu olhar cruzou com o seu? Porque você ficou me olhando tanto tempo, a ponto de me aprisionar dentro do seu olhar? Porque é que desta prisão eu não quero ser libertada? Porque você é tão linda? E porque eu te quero tanto? Tanto que até dói. Porque que eu fico onde você não está? Porque, um dia seu sorriso me fez escrava? E porque eu fico feliz somente nos momentos em que você me olha. Porque me sinto importante apenas por você está me vendo. Porque?
Lembro-me da nossa primeira vez. Na praia quase deserta. Naquela tarde de outono você passava bronzeador em mim. Eu estava deitada de bruços na toalha. A brisa que vinha do mar trazia sal e um pouco de umidade. Suas mãos pequenas, delicadas e fortes percorriam meu corpo de forma suave e firme. Eu sentia que se o mundo tivesse que acabar naquele momento, eu não me importaria porque suas mãos estavam me acariciando. Eu tinha recebido carinho delas. Você soltou os laços do meu biquíni. Senti seus dedos deslizarem na minha bunda. Senti a brisa me tocando nua. Senti seu hálito quente, bem próximo da minha nuca. Senti um arrepio de prazer me percorrer. Senti seu beijo no meu ombro e depois nas minhas costas. Senti sua mordida peralta na minha nuca. Senti que eu não tinha controle das minhas emoções. Me virei e vi o seu sorriso novamente. Suas pernas entre as minhas. Sua boca procurou a minha. Sua língua na minha boca, suas mãos nos meus cabelos, seus gemidos de prazer violando meus ouvidos. Meu biquíni que você soltou os laços, estava na toalha. Sua mão procurou delicada, mas decididamente entrar em mim. Seus dedos me exploravam fazendo-me perder totalmente a compostura. Havia pessoas ao longe. Nós não nos importamos. Seus dedos estavam me invadindo. Meu coração disparado minha respiração ofegante meus olhos muito abertos para te ver. Para gravar na minha alma o formato de seu rosto e as curvas do seu corpo. Gravar no meu cérebro o seu cheiro, seu calor, e o som de seus gemidos.
Seus seios macios tocaram os meus. O contato deles me faz pensar que eu gostaria de poder tê-los sempre ao alcance das minhas mãos e dos meus lábios e língua. Minha boca abandona por instantes a sua para poder beijar seus seios. Mas logo quer voltar. A sede que eu sinto não morre. É sede de você.
Na noite, quando eu acordo e me vejo sozinha na cama, minhas mãos procuram por você na escuridão. Se você não está lá eu não me permito dormir novamente, porque acordada eu posso pensar em você. Se eu dormir e não sonhar com você, no dia seguinte eu não vou conseguir me perdoar. Aquelas horas de sono me roubariam o pensamento em você. Abraço o travesseiro e fico lembrando do seu jeito. No seu jeito de arrumar o cabelo, seu jeito de me pedir um beijo, no som claro e limpo da sua risada. No contorno suave dos seus seios, na curva acentuada da sua bunda, no desenho perfeito da sua buceta. Na maciez dela. No cheiro delicioso que eu sinto quando a beijo. No seu corpo se contorcendo ao meu toque. Ao toque da minha boca. Ao toque da minha língua. Ao toque dos meus lábios. Ao toque das minhas palavras junto ao seu ouvido. Anseio pelo dia. Quando ele vier talvez me traga você.
Quando você chega, meu sorriso insiste em permanecer nos meus lábios. Eles pararão de sorrir apenas para te beijar. Há tanto para beijar em você. O tempo é sempre menor do que minha vontade. Deito você no meu colo. Te olho e sorrio. Meus dedos percorrem seu rosto, acariciam seus lábios e se enfiam entre seus cabelos. Não consigo controlar minhas mãos e elas sempre acabam debaixo de suas roupas. Aos poucos a roupas caem. E você linda e nua, ilumina meu quarto. Seu beijo macio e quente me traz à realidade e eu vou em busca do vale aquecido entre suas coxas. Onde eu me perco, e onde eu me encontro. Depois vem a paz. Se você fica eu posso dormir.